sexta-feira, 22 de maio de 2009

bulba






Nos buracos de árvores, ninhos e sob as pedras
Está presente. O velho-novo eco da rusticidade
E pelas clareiras, poças e arbustos caídos
e pelas trilhas marcham, gordos

A vida verde marchando no verde
que é como o sangue correndo pela carne
Aqui ela é verde também. A carne
Lugar, corpo, cipó e alma. Tudo um grande um
Um
Doce monocromia que reúne, que homogeniza

A pata dura pisa na terra molhada. Lama
É uma sujeira boa. Gelada. Sujeira de natureza latente
E essa mesma natureza de sujeira que é molhada
ri e abraça a procissão com seus ventos

Oh, grande desabrochar dos rumos!
Oh, grande comandante!
A seriedade dos conclaves
E a compaixão das mães
Sua regência é perene
Natureza

Nela o êxodo continua
A peregrinação de animal que sabe
Que sabe mesmo não sabendo
E por isso, sabe em cada poro. Sabe em cada passo
Sabe no avesso, no âmago
Sabe no instinto

E eles vão.
E sabem que o existir nunca será o mesmo
Sabem que a luz os espera
E sabem que talvez seja uma luz-pecado
Uma luz que derrete os moldes e os remodela
Luz artesã máxima, de vida
Luz de evolução instantânea

E é nessa luz que eles se guiam
E que seguem sabendo e não sabendo
E esse conhecimento não-conhecido os nutre
E a sujeira molhada os nutre
E o sol os nutre, juntos em cerimônia

E eles, com seus bulbos que são sementes
E com seus olhos vermelhos
Testemunham a luz impiedosa de amor
E se rendem em comunhão
E os bulbos desabrocham
E os moldes são remodelados
E o ritual impresso em cada tez verde
É a porta e o caminho

Um comentário:

  1. Hey Leão, durante minha infância eu assistia Pokémon e compreendo bem essa passagem às vezes amarga, mas natural sobre a evolução...
    Toda a energia fluindo em direção a uma nova possibilidade, me fez rever a jornada sem nuvens, até o momento máximo.

    ;P

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